segunda-feira, janeiro 15, 2007

A juventude é uma banda numa propaganda de refrigerantes

Estava de bobeira em casa neste final de semana e dei uma "bizoiada" na transmissão do Planeta Atlântida Florianópolis, pela tevê. Taí um festival de música que precisa urgentemente de uma reformulação. Seus organizadores precisam apertar a tecla F5 ligeirinho.

O Planeta, que surgiu como uma bela iniciativa de show de música durante o verão, está bem parecido com os especiais de fim de ano do Roberto Carlos: todo ano é a mesma coisa. A começar pelos nomes anunciados. E tome todo ano Jota Quest, Skank, Charlie Brown Jr e Cidade Negra. Eu passei a desconfiar que essas bandas foram criadas só para tocarem no Planeta Atlântida. Mais recentemente, Pitty e Marcelo D2 também se integraram a este time de cativos do evento. Da galerinha aqui dos pagos, tem sempre que ter Armandinho, Papas da Língua ou Nenhum de Nós. Todo Planeta Atlântida que se preze, tem que reservar o seu momento "axé, Bahia", afinal, o evento acontece às vésperas do carnaval. E lá vem Danielas e Ivetes, além da emergente Claudinha Leite, vocalista da banda Babado Novo. E depois de tanto tempo, um festival que sempre privilegiou o pop, o rock e o reggae, se abriu para o samba. Quer dizer, para o pagode. De primeira, vieram Bezerra da Silva e Zeca Pagodinho. De uns tempos para cá, vieram os tais pagodeiros de araque, com seu swing artificial e malandragem pasteurizada.

Mas o que mais me irritou ao assistir a transmissão é ver o jeito que o jovem é retratado: como um retardado, um babaca, um imbecil. Ou seja, a própria mídia reforça o estereótipo do jovem alienado. Os apresentadores e os repórteres se mostram superficiais, com pouca bagagem cultural, vocabulário restrito e até diminuto conhecimento de...música! Antigamente, até para ser repórter de um festival de rock era preciso ter quilate. Há 20 anos, o apresentador do primeiro Rock in Rio na cobertura da TV Globo foi Nelson Motta.

terça-feira, janeiro 02, 2007

Saí de lá

Pois é, não estou mais trabalhando na sede do Executivo gaúcho. Saí do Palácio Piratini. Mas foi uma separação indolor. Meio que já esperava por isso. Além de ter adquirido alguns fios grisalhos, foram quatro anos de muito trabalho e de tensionamento. E posso dizer que tive momentos legais lá, mas um pouco infelizes.

Passei todo esse tempo me sentindo um intruso. Completamente deslocado nesse lance de política. Em determinados momentos, até me perguntava: "céus, o que estou fazendo aqui?" Não sabia da malícia, da malandragem e nem das "maldades" que este meio tem. Mas aprendi. Anjos, só existem no prédio ao lado, na Catedral Metropolitana. E olhe lá...

Quero retomar a seção "Cenas palacianas", agora sob a forma de memórias, sem o mesmo compromisso ético por estar trabalhando lá.

Agora, a maior vantagem é que não vou precisar vestir paletó e gravata nesse "torror" do sol de 38 graus do verão de Forno Alegre.