terça-feira, abril 24, 2007

100 nada pra mostrar

Há cerca de dez dias, a governadora convocou uma coletiva de imprensa para fazer um balanço dos primeiros 100 dias de governo. Entretanto, o grande acontecimento foi a demissão de um secretário de Estado que estava ganhando mais destaque na opinião pública do que a própria chefe do Executivo. O midiático secretário Enio Bacci, que até então respondia por uma das pastas mais sensíveis do Estado - a Secretaria de Segurança Pública - foi demitido por entrar em colapso com o estilo (ou a falta de) do governo.

Passados 100 dias da gestão, a governadora Yeda não teve muito o que mostrar, a não ser um Estado falido, reclamações de falta de comunicação, a imagem de arrogância e de prepotência, um mal-estar entre ela e seu vice, atraso e parcelamento de salário do funcionalismo e uma certa impres~são de desmando. Ou melhor, de falta de visão de administrar. A palavra em voga é "gestão". Eta palavrinha que já está me dando urticária. Gestão, para os tucanos burocratas significa cortes de despesas em nome de uma ilusória saúde financeira. A gestão é a caçula da malfadada "reengenharia", que foi xodó dos tecnocratas e pós-yuppies aprendizes das escolas de administração e seus MBAs na década de 90, responsável pela crise, recessão e desemprego. As teses eram boas, mas daí a aplicar no Brasil o que se aprendeu em Harvard ou Oxford são outros quinhentos.

Mas voltando ao nosso Estado, a única coisa boa a ser mostrada foi a queda em alguns índices de criminalidade e o aumento da sensação de segurança que os gaúchos sentiram nos cem primeiros dias. Isso motivou invejas, ciumeiras e, como na política, o que menos importa é o bem comum, motivou também a saída do principal membro do governo.

O delegado Malmann (ex-superintendente da Polícia Federal no RS), sucessor de Bacci para a Segurança já foi nomeado e empossado. Agora é aguardar os acontecimentos e ver se depois dos cem dias, a governadora Yeda realmente começa a governar e justificar o tal "novo jeito de governar" no qual ela ganhou as eleições no ano passado. Ou se irá consagrar um jeito novo de não fazer nada.

Sossega, Leão

Nossa! Dia vinte e quatro de abril e nenhum post? Putz, mas que cara relapso, meu Deus...

Mas juro que eu penso no blog todo santo dia. Na minha cabeça, abril já teria uns 300 posts. Só que o meu pc não fica ligado 24 horas por dia e eu não fico encurvado na frente de um monitor. Saudades da caneta e do caderninho de anotações... Vida high tech é isso aí, mano.

Faltam seis dias para entregar a declaração de Imposto de Renda da Pessoa Física. E é claro que eu ainda não mandei. Não a minha, que a papelada toda eu já entreguei pro contador. Falta eu enviar a declaração da minha mãe. E o pior é que já tá tudo na mão: comprovante disso, daquilo, número de CPF, toda a papelada e os dois programas da Receita Federal eu já baixei pela internet e estão no desktop do meu computador. Só tem uma coisa que me impede: a puta da preguiça...

Minha idéia era fazer logo a declaração do IR nos primeiros dias de março, para me livrar logo disso. Só que fui deixando, deixando... Mas tenho que fazer logo. Aposto que já na quinta e na sexta-feira, o site da Receita começa a congestionar. O fim de semana, então, deverá ser um caos. E eu nem quero pensar o que será na segunda, dia 30, prazo final para a entrega do compromisso sem o risco de depois ter que pagar multa por declarar a renda fora o período estabelecido. Pô, dois meses é um prazo bom demais para fazer a declaração, mas, putz... É um saco fazer isso.

Se você, assim como eu, também deixou para os últimos dias, não esqueça de declarar o Imposto de Renda pelo site da Receita, cujo endereço é http://www.receita.fazenda.gov.br. Senão, vai ter que escutar o rugido do Leão.

terça-feira, abril 03, 2007

Minha teimosia brava de guerreiro

Raul Seixas já cantava...

Minha teimosia brava de guerreiro
É que me faz o primeiro
Dessa procissão
Abre-te, Sésamo (1980)

Decidi voltar a estudar. Pós-graduação, mestrado, especialização... Notei que estava esperando demais e que isso é preciso. Não rechaço a idéia de voltar aos bancos escolares, talvez agora na frente de um quadro-negro e escrevendo com um giz.

Fiz a inscrição para a prova de admissão do mestrado na Fabico em outubro de 2002. A prova estava marcada para os primeiros dias de janeiro de 2003. Por azar, meu pai se internou no hospital um ou dois dias antes da prova. Com que cabeça eu iria fazer o exame? Logo em seguida, fui trabalhar no Palácio Piratini e a coisa mais extravagante que eu tive nos quatro anos seguintes foi exatamente o tempo. Não havia tempo para eu desligar totalmente do ofício.

Eu me sentia muito sozinho no trabalho, sem ninguém para trocar idéias, me entender e me queixar, e ainda por cima, me deram o presente de grego de coordenar o estúdio de rádio do Palácio Piratini por um salário risível... Uma verdadeira bomba, um pepinão e um abacaxizão! Mesmo que eu quisesse, não daria para entrar na pós. Até porque a gente tem que estudar pra caramba e o que eu mais queria era descansar e não fazer nada no meu tempo livre. Isso sem falar que eu tive que renunciar um monte de coisas e não tinha horário definido para trabalhar. Minha jornada era de 12, 13, 14 horas. Fora as viagens que eu fazia acompanhando a comitiva do governador, principalmente nos três primeiros anos de governo. era um tempo que eu só executava ordens, só fazia o que me mandavam, reproduzia e muito pouco conseguia usar a criatividade. Foi um período engessado, me senti castrado e tudo. Passou.

Agora é tocar ficha em frente. Rumo para o futuro. Assim seja.