sexta-feira, agosto 27, 2010

Quem vive de promessa é santo...e eu não sou santo, meu senhor!

Estamos em plena campanha política, horário eleitoral gratuito - e obrigatório - invadindo os espaços nobres das emissoras de rádio e TV e um sem-número de candidatos (muitos deles completamente despreparados) querendo vagas e cadeiras para se locupletarem nas assembléias legislativas, no Congresso e nas sedes dos governos estadual e federal.

Saúde, educação, cidadania e inclusão social são os temos mais pronunciados - e desgastados - na propaganda de suas excelências. É muito papo furado, bla-bla-blá e conversa para boi dormir.

Com isso, me lembrei de um antigo samba enredo que a simpática escola carioca Caprichosos de Pilares desfilou no carnaval de 1987, chamado "Eu prometo". A agremiação chamava a atenção do folião-eleitor contra os políticos oportunistas e corruptos que queriam uma vaga na assembléia Constituite daquele ano e que não desperdiçassem seu voto. O samba traz na letra alguns termos datados - "Constituinte", "cruzados" - mas o conceito permanece atual.

Segue a letra do samba, composto por Evandro Bóia, Naldo do Cavaco e Toninho 70, e cantado pelo inesquecível Carlinhos de Pilares, nessa vinheta do carnaval Globeleza. Ajoelhou, tem que rezar.




G.R.E.S. CAPRICHOSOS DE PILARES
Samba-Enredo 1987

Eu prometo (Ajoelhou, tem que rezar...)

autores: Evandro Boia, Naldo do Cavaco, Toninho 70

Estou cansado de ser enganado
Papo furado e demagogia
Não vão encher (o quê)
A minha barriga vazia
Espero da constituinte
Em minha mesa muito pão
Uma poupança cheia de Cruzados
E um Carnaval com muita paz no coração

Vou deitar, rolar
Pular feliz (bis)
Essa é a vida
Que eu sempre quis

Vamos, meu povo
Democracia é participar
Vote, canta, grite
É tempo de mudar
Quem vive de promessa é Santo
E eu não sou Santo, meu senhor

Seu deputado, eu votei
Agora posso exigir
Quero ver você cumprir
Seu lero-lero, blá, blá, blá
Conversa mole isso aí
É papo pra boi dormir

Ajoelhou tem que rezar
Não quero mais viver de ilusão (de ilusão) (bis)
Você prometeu
Agora vai ter que pagar
Não vai me deixar na mão

sábado, agosto 14, 2010

Mulheres cabeças, desequilibradas, confusas...


Muitas vezes é difícil entendê-las, complicado compreendê-las, mas, realmente não dá para viver sem elas.


Já tive mulheres
De todas as cores
De várias idades
De muitos amores
Com umas até
Certo tempo fiquei
Prá outras apenas
Um pouco me dei...

Já tive mulheres
Do tipo atrevida
Do tipo acanhada
Do tipo vivida
Casada carente
Solteira feliz
Já tive donzela
E até meretriz...

Mulheres cabeça
E desequilibradas
Mulheres confusas
De guerra e de paz
Mas nenhuma delas
Me fez tão feliz
Como você me faz...

Procurei
Em todas as mulheres
A felicidade
Mas eu não encontrei
E fiquei na saudade
Foi começando bem
Mas tudo teve um fim...

Você é
O sol da minha vida
A minha vontade
Você não é mentira
Você é verdade
É tudo o que um dia
Eu sonhei prá mim...

(Mulheres - autor: Toninho Geraes)

sexta-feira, agosto 13, 2010

Jornalista sofre atentado em São Gabriel


O jornalista e pastor Cláudio Moreira, irmão dos meus colegas e diletos amigos jornalistas Carlos Ismael e Carlos André, foi vítima de agressão quando retornava para sua residência. O lamentável fato aconteceu na noite de quarta-feira (11), em São Gabriel, cidade onde Cláudio mora.

Moreira conta que foi agredido a golpes de relho por um indivíduo chamado Iderli Souza, em plena rua. “O fato se deu pela fútil razão de eu ter esquecido de citar o nome de sua esposa em um evento de campanha da candidata Yeda Crusius, em São Gabriel”, ressaltou a vítima. O jornalista afirma que após cair no chão devido a golpes com o cabo do relho, seguiu sendo açoitado continuamente na cabeça, nos braços e pelas costas.

Um amigo do jornalista, que passava de carro pelo local, viu o amigo caído e sob golpes do rebenque e interveio e impediu que as agressões continuassem. Sentindo que mais pessoas ou mesmo a polícia pudessem chegar ao local, o agressor, de forma covarde, fugiu.

A vítima foi conduzida primeiramente à delegacia para prestar depoimento e, em seguida, ao Pronto Socorro. Claudio Moreira ficou com hematomas no rosto e na região craniana.

foto: site Coluna Ponto de Vista

domingo, agosto 08, 2010

Espelho

Neste Dia dos Pais, deixo com vocês esta lindíssima música chamada "Espelho", composta por João Nogueira e Paulo César Pinheiro, e lançada em disco, por João, em 1977, em homenagem ao seu pai.

Trinta anos depois, Diogo Nogueira, filho de João, homenageia seu pai, fazendo uma releitura desse clássico. E é uma maneira, também, de eu prestar uma homenagem à memória do Seu Paris. De filho para pai.



Espelho

Composição: João Nogueira e Paulo César Pinheiro

Nascido no subúrbio nos melhores dias
Com votos da família de vida feliz
Andar e pilotar um pássaro de aço
Sonhava ao fim do dia ao me descer cansaço
Com as fardas mais bonitas desse meu país
O pai de anel no dedo e dedo na viola
Sorria e parecia mesmo ser feliz

Eh, vida boa
Quanto tempo faz
Que felicidade!
E que vontade de tocar viola de verdade
E de fazer canções como as que fez meu pai (Bis)

Num dia de tristeza me faltou o velho
E falta lhe confesso que ainda hoje faz
E me abracei na bola e pensei ser um dia
Um craque da pelota ao me tornar rapaz
Um dia chutei mal e machuquei o dedo
E sem ter mais o velho pra tirar o medo
Foi mais uma vontade que ficou pra trás

Eh, vida à toa
Vai no tempo vai
E eu sem ter maldade
Na inocência de criança de tão pouca idade
Troquei de mal com Deus por me levar meu pai (Bis)

E assim crescendo eu fui me criando sozinho
Aprendendo na rua, na escola e no lar
Um dia eu me tornei o bambambã da esquina
Em toda brincadeira, em briga, em namorar
Até que um dia eu tive que largar o estudo
E trabalhar na rua sustentando tudo
Assim sem perceber eu era adulto já

Eh, vida voa
Vai no tempo, vai
Ai, mas que saudade
Mas eu sei que lá no céu o velho tem vaidade
E orgulho de seu filho ser igual seu pai
Pois me beijaram a boca e me tornei poeta
Mas tão habituado com o adverso
Eu temo se um dia me machuca o verso
E o meu medo maior é o espelho se quebrar

quarta-feira, agosto 04, 2010

Historia de un letrero

"Historia de un letrero" (2007) é um curta-metragem mexicano, de Alonso Álvarez Barreda, que narra a história de um mendigo, cego, que, sem muito sucesso, pede esmola em uma praça, exibindo um cartaz, até que um homem se aproxima e muda totalmente o dia do mendigo.

A película ganhou o prêmio de melhor curta em Cannes 2008, mas envolveu-se em uma polêmica: o filme está sendo acusado de plágio. O original seria “Una limosna por favor” (Uma esmola por favor), do espanhol Francisco Cuenca, lançado em 2006, um ano antes do mexicano.

Confira a obra mexicana:



E agora, a espanhola:



E você, qual prefere?