domingo, novembro 20, 2011

Dom Gílio recebe o Troféu Zumbi/2011

Dom Gílio Felício (dir) recebendo o Troféu Zumbi do presidente da Associação Satélite-Prontidão, Nilo Feijó.
Foto: Divulgação/ASP



O amigo e confrade Antonio Carlos Côrtes enviou este texto em função da cerimônia de entrega do Troféu Zumbi ao bispo Dom Gílio Felício, na Associação Satélite-Prontidão, em Porto Alegre, no dia 20 de novembro, quando se celebra o Dia da Consciência Negra. Estive envolvido em dois concursos e infelizmente não pude participar, mas coloco à disposição o Blog du Brisa para fazer o registro da merecidíssima homenagem.

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O bispo Dom Gílio Felício, da Diocese de Bagé, recebeu na noite deste domingo, 20, o Troféu Zumbi. Promovida pela Associação Satélite-Prontidão, a homenagem tem o objetivo de reverenciar as pessoas que têm lutado pela valorização da cultura dos negros na sociedade brasileira.

Conforme a professora Vera Triumpho, na saudação ao homenageado, “Dom Gílio tem sido um herói para o povo negro, pois, com o poder que possui como uma autoridade religiosa, consegue realizar ações para qualificar a comunidade negra.”

O homenageado

Nascido no município de Sério (RS), Dom Gílio é o único bispo negro do Estado do Rio Grande do Sul. Sua ordenação como padre ocorreu em 1978, e a indicação como bispo foi em 1998, pelo então Papa João Paulo II. Ganhou notoriedade na cidade de Santa Cruz do Sul por celebrar missas usando coloridos trajes africanos e por dançar com os fiéis. No ofertório, incluía pipoca, frutas, pão caseiro e instrumentos de trabalho que lembravam a época da escravidão. “O povo precisa, quer e merece ser respeitado por seus valores culturais, sociais e religiosos, pois enriquece a Igreja e o mundo”, ressaltou ele.

Dom Gílio ressaltou, também, a necessidade de se dar atenção ao Continente Africano. “A África grita por ajuda, e temos que cooperar para que haja vida em abundância para cada um e todos, pois este é o objetivo da Igreja”, salientou Dom Gílio. Ainda segundo ele, “a maioria dos negros está à margem do festim da vida”, e precisamos mudar essa situação. Na mesma noite, a Associação prestou homenagem póstuma ao maestro Manoel Luiz Mota Dias, cidadão emérito de Porto Alegre (2004).

Participaram do evento na nova sede da Associação, na Rua Alberto Rangel, 528, Parque dos Maias, o presidente da entidade, Nilo Alberto Feijó, a coordenação do Gabinete de Políticas Públicas para o Povo Negro de Porto Alegre, representantes dos clubes Farrapos e Teresópolis Tênis Clube e demais convidados.

quinta-feira, outubro 27, 2011

Trick or treat?




Hoje observei que o nosso país segue não fazendo nada para deixar de ser um arremedo de quinta categoria dos irmãos do Norte. As crianças do meu condomínio passaram o dia brincando de Halloween e batendo nas portas dos apartamentos gritando "DOCES OU TRAVESSURAS?". Eu, que tenho o coração mole que nem manteiga, doei minha barra de Alpino àqueles erezinhos.

Mas, depois, o Brisa lembrou dos tempos de sua tenra idade quando as crianças se divertiam recebendo balas e guloseimas no dia 27 de setembro, dia de São Cosme e São Damião, festa brazuca que é mto mais legal do que a tal celebração aculturada de bruxinhas e abóboras demoníacas.




domingo, outubro 02, 2011

O barulho do Seu Cláudio


Cláudio Custódio dos Santos é um dos nomes seminais do samba porto-alegrense. Dono de uma voz de timbre agradável caracterizado por uma maciez vocal, o popular Cláudio Barulho fez história cantando na noite e no carnaval da Capital.

Na noite, cantou em todos os bares famosos da cidade: Gente da Noite, Pandeiro de Prata, Casa de Samba Evolução, Carinhoso, etc. No carnaval, nos últimos 30 anos, deteve o microfone número 1 de várias agremiações: Restinga, Imperadores do Samba, Império da Zona Norte, Figueira, Praiana, Embaixadores do Ritmo, só para citar algumas. Antes disso, no início da década de 1970, o talentoso negãozinho e praça do Exército exercitava seus dotes artísticos e instrumentais na banda de música do antigo 18º Regimento de Infantaria Motorizada (na avenida Bento Gonçalves, onde hoje está o TecnoPuc).

E agora, finalmente, o músico lança seu primeiro CD, Cantar samba é..., cujo show de lançamento acontece na terça-feira, dia 4, no Teatro da Cia das Artes. Ainda não escutei o disco, mas com certeza, o repertório deve estar recheado de pagodes pegados e sambas dolentes, daqueles que só o Barulho sabe cantar. O show será gravado por uma equipe da TVE/Canal 7 e será exibido no programa Palcos da Vida a partir do dia 15 de outubro.

Ah, e para quem for ao show e adquirir o CD, fica a dica: o que o Cláudio faz, é música de qualidade. Não tem nada a ver com uns "barulhos" que se ouvem por aí.

quarta-feira, fevereiro 16, 2011

O pierrô está de volta

O Pierrô está de volta. É que ele andou bancando o cafa por uns tempos. Novamente solteiro, o pierrô resolveu deixar de lado o alaúde e parou de cantar para sua amada lua. Achou que aquela lágrima pintada que escorria-lhe pelo olhos era muito baixo astral e que não combinava com a sua nova postura. Não quero ser Robert Smith, porra! Qual mulher iria prestar atenção num cara desses? Ainda mais a Colombina? Sem chance...

E o pierrô resolveu cafajestear, afinal, a situação faz o cafajeste. Nunca viu tanta mulher solteira e "dando banda" na night. Marcou encontro com solteiras em sites de relacionamentos. Adicionou gente pra dedéu nas redes sociais. Foi apresentado às amigas encalhadas de outras amigas igualmente encalhadas. Contou muitas verdades e meias-verdades. Mas também mentiu muito, afinal, uma boa conversa entre amigos e/ou pretensoso amantes só é boa se regada a boas doses de risadas e de mentiras. Nem que seja de mentiras sinceras. E estas, me interessam...

O pierrô estava que era um poço de romantismo. Distribuía carinhos despudoradamente em todos os cantos por que passava. Atiçou a curiosidade de mulheres mais velhas, despertou o interesse por mulheres de sua geração, era admirado pelas gatinhas e patricinhas dos shoppings. O pierrô esbanjava verve e inspiração. Palavras românticas jorravam aos borbotões. O pierrô estava no auge da carreira. Praticamente um Ronaldinho Gaúcho dos tempos do Barcelona ou um Zidane na época em que perturbava o sono dos brasileiros. Só fazia gol de placa e se dava bem. Ô, se davam.

Mas o pierrô também sabe que não dá para ficar nessas aí por muito tempo. Sabe que é bom voltar para o ninho de quando em vez. O alaúde não pode ficar de lado. A amada lua precisa dos seus acordes. E após breve período de diversão, eis o pierrô novamente.

terça-feira, fevereiro 15, 2011

Bah, desisti!


Ok, confesso que já sonhei em ter a chamada barriga tanquinho. Aliás, até já tive um abdômen definido, musculatura fortalecida, estilo "tábua" e quase zero de taxa de gordura.

Na época do Colégio Militar, durante o 2º grau, malhar era a palavra de ordem. Não no sentido de "ordem", de ser obrigado, mas é que com 16, 17, 18 anos, é natural que um rapaz adolescente queira ter um corpo legal. E além disso, nós fazíamos educação física três vezes por semana, englobando corridas ao redor da Redenção, ginástica, práticas desportivas, testes de aptidão, musculação, fora as ordens unidas e os tradicionais "marcha-soldado".

Passada a fase escolar, houve um natural relaxamento. As atividades físicas começam a rarear: vem a faculdade, o trabalho (às vezes até com jornada dupla), vêm as festas, e pronto! Tudo aquilo que foi plantado na pós-adolescência afunda nas profundezas do sedentarismo e da preguiça. E aí, bye-bye, barriga sarada.

Eu já desisti de voltar a ter um abdômen cheio de gominhos, tipo os caras que fazem comercial de cueca. Até porque a minha profissão não requer um corpo perfeito. Se eu fosse modelo, aí sim, teria que caprichar, porque o meu corpo seria meu instrumento de trabalho. Mas não é nada fácil manter uma barriga tanquinho. Além da questão genética, não se pode descartar a atividade física e (tchan-tchan-tchan) alimentação! Nada de doces, refris, gorduras. Vícios, tais como cigarro, álcool ou drogas, nem pensar! Ou seja, o preço é altíssimo.

E, lógico, tem o detalhe da danada da preguiça. Com certeza, a aparência de “tanquinho” pode atrair a mulherada, mas é um preço alto a ser pago, em nome da vaidade ou do narcisismo. Mas ao menos tenho o cuidado de não deixar criar pança, nem a tal da barriguinha de chope, porque aí é decadência total. Pena que a ginástica que eu faço em pensamento não refletiu o resultado necessário de uma barriga sarada. Mas juro que vou pensar no assunto e tomar vergonha na cara, já que com o avanço da idade, a tendência é piorar e é muito caro e arriscado fazer uma lipo.

segunda-feira, fevereiro 07, 2011

Renascer das cinzas


Vamos renascer das cinzas
Plantar de novo o arvoredo
Bom calor nas mãos unidas
Na cabeça de um grande enredo
Ala de compositores
Mandando o samba no terreiro
Cabrocha sambando
Cuíca roncando
Viola e pandeiro
No meio da quadra
Pela madrugada
Um senhor partideiro

(Renascer das cinzas - Zé Catimba, Martinho da Vila)

Um incêndio de grandes proporções atingiu a Cidade do Samba nesta segunda-feira. O fogo destruiu os barracões da Liesa, da Ilha, da Grande Rio e da Portela. A escola com maior prejuízo foi a Grande Rio. Apesar dos danos, o desfile vai acontecer com todas as agremiações no Carnaval. Não haverá rebaixamento.

Beijos de arame farpado



Naqueles dias
Todo dia eu renascia
Na pele dos teus lábios
E trazia comigo uma oração
Pros tumultos da paz
Porque naqueles dias
Eu te amava demais

Eram dias de pura luz
Refletindo nos metais
E pelos nossos beijos
Caravelas e língua passeavam
Em delírios fluviais
Amor à luz de velas
Mensagem na garrafa perdida
Vinda na saliva de outros carnavais

Mas hoje em dia meu amor
Nossos beijos tem sabor enferrujado
E nos machucam a boca
Feito arame farpado

Meus cabelos já cresceram
E eu não vi passar
Nem pétala, nem rastro
Daqueles dias
Sobre os nossos ombros, nunca mais pousaram os anjos

Apenas os escombros
Sobre os nossos ombros
Nunca mais pousaram os anjos
Apenas os escombros

Beijos de arame farpado (Dé, Sérgio Serra e Ezequiel Neves)

quarta-feira, fevereiro 02, 2011

Louvações à Rainha do Aiuká



Uma pedra, uma concha, pedra e concha tem areia
Quem mora no fundo do mar é sereia.´
Louvando a Rainha do Aiuká
Saravá, mamãe sereia
Odoyá minha mãe
Iemanjá.


quinta-feira, janeiro 27, 2011

Ah, a tal liberdade não existe...


Quando a inspiração se nega a me visitar, vou passar a republicar alguns posts do blog que eu acho maneiro. Este eu escrevi há mais de cinco anos e acho legal e tudo a ver com meu momento. Dizia assim...

Dias atrás comecei a filosofar. Mas então: o que vem a ser essa tal de liberdade? Alguém é possível ser totalmente livre? Nunca vi ninguém vestindo uma t-shirt com os dizeres: 100% FREE. Também, e se eu encontasse, iria querer saber qual a fórmula mágica para se atingir tal estado.

Nunca estamos totalmente livres. Estamos presos a relacionamentos (namoro, noivado, casamento) ou a ausência destes (separação, divórcio). Não por acaso, nos envolvemos em "laços" afetivos, o que já determina as amarras. Estamos presos a quem está aí e a quem já se foi. Estamos presos à saudade. Estamos presos à necessidade de trabalhar, produzir e labutar. Estamos presos ao cartão de crédito. Estamos presos aos impostos. Estamos presos às regras impostas para conviver em sociedade. Alguns estão presos ao fumo e à bebida. Outros estão presos ao sexo.

Um amigo doidão que eu tive uma vez me disse que, para se libertar, ele viajava, fazendo a cabeça. No entanto, ficou incorrigivelmente preso às drogas. Deve ser uma tristeza viver preso a uma cama de hospital. Deus nos livre! Ou presos às ferragens de um automóvel após um acidente. Igualmente ruim seria viver preso a correntes, gaiolas ou coleiras.

Creio que a liberdade plena é um prêmio a ser conquistado, mas que se mostra inacessível.

Publicado originalmente no 1º semestre de 2006 no Blog du Brisa.

quarta-feira, janeiro 12, 2011

Pequeno Grande Amor - Papas da Língua (ao vivo)



Noh Noh Noh Noh Ioh
Noh Noh Ioh
Noh Noh, Noh Noh
Noh Noh Noh Noh Ioh
Noh Noh Ioh, Noh Noh(2x)

Meu amor
Pequeno, grande amor
Que mora longe
Numa branca estrela

Me fará sorrir
Me fará chorar
Quando ele chegar
Quero estar aqui (2x)

Viaja, na cauda
De um cometa
Vem na velocidade
De um desejo meu

Que me enfeitiçou
Que me acorrentou
Quando ele chegar
Quero estar aqui (2x)

Tempo, tempo, tempo
Da minha cabeça
Tempo, tempo, tempo
Desapareça
Desapareça!