Há muito tempo eu escuto que agosto é o "mês do desgosto", "mês do cachorro louco", ou, como está no título deste post - explicitamente inspirado num romance do Moacyr Scliar - agosto é um "mês de cães danados".
Para mim, agosto não fede nem cheira. A única coisa que eu lamento em agosto são as terríveis e gélidas temperaturas (o auge do nosso inverno pampeano) que se elevam abruptamente no final do mês.
O mês que não me traz boas lembranças é o setembro. Este, sim: pra mim é o "setembro negro"... Foi em setembro que eu fui demitido por duas vezes na Bandeirantes. Foi em setembro que eu soube do triste diagnóstico da doença do meu pai. No ano passado, fiquei doente durante o mês de setembro. E quando eu tive alguns aborrecimentos pessoais recente, descobri que muitos tiveram sua gênese também em setembro.
Mas, tanto em agosto quanto em setembro, é bom se agarrar na espiritualidade. Afinal, as bruxas estão soltas. Acho que eu vou fazer como ensinava um samba do Fundo de Quintal. Já vou preparar o meu...
Um banho de cachoeira
Um banho de cachoeira
Vai levantar
Acaba qualquer canseira
Banho de mar é bom pra descarregar
Mas por favor tome um banho de amor
Se você é de rodar
Ou se é de bater tambor, faça o favor
Tome um banho de amor
Vovó Maria me ensinou
Eu aprendi a preparar
Um banho de rosas brancas pra clarear
Vovó Maria me ensinou
Que é muito bom, muito legal
Tomar um banho de ervas
Tomar um banho de sal
Uns tomam banho de lua
Uns tomam banho de sol
Uns tomam banho de chuva
Lá no quintal
Mas pra se ter a certeza
Que um banho só traz axé
Seja banho de cheiro
Banho de arruda, banho de guiné
É pois é
O mais importante é a fé
Se você na quarta-feira
Vai lá na pedreira do meu pai Xangô, faça o favor
Tome um banho de amor
Se você é de Angola
É de Gueto ou de Nagô, faça o favor
Tome um banho de amor
(Banho de Amor - Fundo de Quintal)
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