É incrível como as pessoas gostam de uma fila. Não aquela simpática raça canina. Fila mesmo, tipo indiana, de um atrás do outro. Tinha até um samba, do Paulinho Mocidade, que tratava sobre isso: "fila para entrar na fila, fila pra furar a fila, fila pra sair da fila..." e por aí vai.
Hoje foi o último dia de expediente externo nas agências bancárias. Muita gente procurou as agências para quitar impostos e tributos, sobretudo IPVA, IPTU e afins. E dê-lhe fila. E eu detesto entrar em banco. Procuro, sempre que possível, pagar todas as minhas contas através do débito em conta, sem enfrentar fila de espera e sem sentir a dor da separação com o rico dinheirinho.
Alguém ainda precisa fazer um estudo psicológico ou antropológico do que se passa em um banco quando as filas estão grandes ou gigantescas. Sempre tem um chato que fica falando alto, e reclamando do atendimento e enchendo o saco dos clientes e dos bancários. Ora, se os trabalhadores que ficam nos guichês tivessem uma varinha de condão, lógico que eles gostariam que o atendimento fosse o mais rápido possível. Mas muitas vezes, o próprio correntista tem sua parcela de culpa. Um funcionário do banco percorreu a fila para tentar resolver o problema dos clientes e até abreviar a permanência dos mesmos dentro da agência, se colocando à disposição para ajudar a pessoa a pagar as contas no caixa eletrônica e a fazer depósitos sem ter que passar pelos guichês. Mas não. A maioria das pessoas fincava o pé e dizia que queriam fazer as movimentações no próprio caixa. Vai entender...
Eu mesmo fui no Banrisul para quitar o IPVA 2008 do Brisamóvel. E iria pagar o imposto com um cheque do Real, tudo porque o Real não recebe pagamento do IPVA. Se eu fosse correntista do Banrisul eu nem entrava na agência.
Mas, voltando à visão antropológica, a fila do banco (assim como as filas de posto de saúde) tem poder mágico de aproximar as pessoas. É possível fazer amigos naqueles escassos minutos de aguardo para ser atendido. É uma amizade efêmera, mas tem pessoas que possuem o dom de se "desnudarem" e confiarem intimidades para outras que nunca viram na vida.
Hoje, dia 28, foi o último dia de atendimento dos bancos. No retorno do feriadão, no dia 2 de janeiro, o movimento tende a ser ainda maior e, com isso, mais extensas serão as filas. E vamos que vamos porque a fila tem que andar!
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