
E o pierrô resolveu cafajestear, afinal, a situação faz o cafajeste. Nunca viu tanta mulher solteira e "dando banda" na night. Marcou encontro com solteiras em sites de relacionamentos. Adicionou gente pra dedéu nas redes sociais. Foi apresentado às amigas encalhadas de outras amigas igualmente encalhadas. Contou muitas verdades e meias-verdades. Mas também mentiu muito, afinal, uma boa conversa entre amigos e/ou pretensoso amantes só é boa se regada a boas doses de risadas e de mentiras. Nem que seja de mentiras sinceras. E estas, me interessam...
O pierrô estava que era um poço de romantismo. Distribuía carinhos despudoradamente em todos os cantos por que passava. Atiçou a curiosidade de mulheres mais velhas, despertou o interesse por mulheres de sua geração, era admirado pelas gatinhas e patricinhas dos shoppings. O pierrô esbanjava verve e inspiração. Palavras românticas jorravam aos borbotões. O pierrô estava no auge da carreira. Praticamente um Ronaldinho Gaúcho dos tempos do Barcelona ou um Zidane na época em que perturbava o sono dos brasileiros. Só fazia gol de placa e se dava bem. Ô, se davam.
Mas o pierrô também sabe que não dá para ficar nessas aí por muito tempo. Sabe que é bom voltar para o ninho de quando em vez. O alaúde não pode ficar de lado. A amada lua precisa dos seus acordes. E após breve período de diversão, eis o pierrô novamente.