Junho de 2004. Velório de Leonel Brizola, no Palácio Piratini.
Centenas de pessoas se amontoavam para dar o último adeus ao velho caudilho. Um assessor da Comunicação Social do Governo do Estado guardava o espaço reservado para a imprensa, que estava inclusive cercado por cordões de isolamento, próximo ao caixão. Com a intenção de furar a fila, um deputado pertencente ao partido do ex-governador falecido, tenta bancar o "garoto ishpérrto". Trava-se o seguinte diálogo entre o político e o jornalista:
Deputado (cuja atuação na Assembléia Legislativa é irrisória e pífia):
- Quero passar! Sou o deputado Fulano de Tal.
Assessor (pedindo a compreensão do ilustre parlamentar):
- Por favor, senhor. Esse espaço é da imprensa. Aqui ficarão os repórteres, fotógrafos e cinegrafistas.
Deputado (impaciente e louco para se exibir para sua meia-dúzia de aspones):
- Mas eu sou o deputado Fulano de Tal, estou falando.
Assessor (com toda a educação do mundo):
- Eu conheço o senhor, deputado. Só estou dizendo que a fila para chegar perto do caixão é por ali, não aqui.
Deputado cretino, cuja base eleitoral é na região das Missões e na fronteira com a Argentina:
- Meu filho, tu não estás entendendo! Sou o DEPUTADO ESTADUAL Fulano de Tal! Sai da minha frente!
E não apenas se avançou para o local reservado à imprensa como empurrou o assessor e ainda levou consigo mais uns dois ou três "zé-ninguém". Sem dúvida nenhuma, uma educação adquirida nas mais rasteiras cavalariças.
Carteiraço. Mais cedo ou mais tarde a vítima será você.
Até quando isso vai continuar, meu Deus?
Um comentário:
ah, brisa, revela aí qual deputado foi... eu chamava "security, please, we have a situation here!"
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