Há cerca de dez dias, a governadora convocou uma coletiva de imprensa para fazer um balanço dos primeiros 100 dias de governo. Entretanto, o grande acontecimento foi a demissão de um secretário de Estado que estava ganhando mais destaque na opinião pública do que a própria chefe do Executivo. O midiático secretário Enio Bacci, que até então respondia por uma das pastas mais sensíveis do Estado - a Secretaria de Segurança Pública - foi demitido por entrar em colapso com o estilo (ou a falta de) do governo.
Passados 100 dias da gestão, a governadora Yeda não teve muito o que mostrar, a não ser um Estado falido, reclamações de falta de comunicação, a imagem de arrogância e de prepotência, um mal-estar entre ela e seu vice, atraso e parcelamento de salário do funcionalismo e uma certa impres~são de desmando. Ou melhor, de falta de visão de administrar. A palavra em voga é "gestão". Eta palavrinha que já está me dando urticária. Gestão, para os tucanos burocratas significa cortes de despesas em nome de uma ilusória saúde financeira. A gestão é a caçula da malfadada "reengenharia", que foi xodó dos tecnocratas e pós-yuppies aprendizes das escolas de administração e seus MBAs na década de 90, responsável pela crise, recessão e desemprego. As teses eram boas, mas daí a aplicar no Brasil o que se aprendeu em Harvard ou Oxford são outros quinhentos.
Mas voltando ao nosso Estado, a única coisa boa a ser mostrada foi a queda em alguns índices de criminalidade e o aumento da sensação de segurança que os gaúchos sentiram nos cem primeiros dias. Isso motivou invejas, ciumeiras e, como na política, o que menos importa é o bem comum, motivou também a saída do principal membro do governo.
O delegado Malmann (ex-superintendente da Polícia Federal no RS), sucessor de Bacci para a Segurança já foi nomeado e empossado. Agora é aguardar os acontecimentos e ver se depois dos cem dias, a governadora Yeda realmente começa a governar e justificar o tal "novo jeito de governar" no qual ela ganhou as eleições no ano passado. Ou se irá consagrar um jeito novo de não fazer nada.
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