Retomar o curso da história. Navegar em mares bravios, revoltos. Estar à mercê de ondas gigantes e da turbulência oceânica. Navegar é para marinheiro. Não é o meu caso, mas quero acreditar que, ao término da viagem, poderei desembarcar em terra firme.
A viagem foi longa. Em certos momentos, ficou marcada pela incerteza, insegurança. Mais inseguro me senti quando atravessei uma longa tempestade. Nau à deriva, pensei que minha embarcação fosse virar. Pensei que fosse afundar e morrer nas profundezas marítimas, a milhas e milhas da costa. O mar não tem cabelos para que possamos nos segurar. Tive que me virar só. Completamente só.
Meu instinto de marinheiro me fez olhar pra trás e tentar encontrar respostas sobre como fui me meter naquela situação. Coração apertado, adrenalina a mil, o pensamento tão à toa, voou como na música de Lupicínio.
Logo depois da tempestade, veio a bonança. Tal como Noé, enxerguei uma pomba branca, garregando um galhinho de oliveira no bico. Estava a pouco de chegar em terra firme. A tempestade em alto-mar me ensinou muito. É necessário cuidar bem do nosso barco. Existem corsários em toda parte.
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