Entre as coisas que me fazem perder a esportiva é um conhecido me avistar e quando ao se aproximar, desvia os olhos para depois dizer que não tinha me visto. Quaquaraquaquá.
Como é que não vão ver um negão com 1m88 de altura pesando 90 kg? É o mesmo que alguém disser que não viu um gordo, um careca ou alguém andando de muletas. E como tem gente mascarada nesse mundo!
Lá no Palácio, tinha um assessor de imprensa (gordo, aliás), ex-cronista esportivo de uma emissora da Capital, que era useiro e vezeiro em não querer me enxergar. Às vezes, o querido passava ao meu lado, sem me cumprimentar. E olha que o cara já me conhecia há anos. Temos amigos em comum e tal. Mas quando o dito cujo via outros aspones mais graduados e, principalmente, as menininhas bonitinhas, lá se dirigia ele com cínicos tapinhas nas costas ou pegajosos beijinhos no rosto.
Quando esse fulano fingia não me ver, eu falava em voz alta, com um sorriso maroto e cínico no rosto e perguntava a ele por que não falava com pobre, por que não dava mão a preto e nem carregava embrulho, como naquele antigo samba do Billy Blanco.
Recentemente, tive experiência semelhante no Jornal do Comércio, durante os dois meses que fiz um frila na empresa. Eu conhecia um monte de gente no jornal, trabalhei com vários jornalistas lá e me dava bem com a galera. Já com a secretária da redação, senti uma certa antipatia por parte dela com a minha chegada. A fulana não me deu boas vindas, não se colocou à disposição para qualquer ajuda e nem sequer me orientou para nada.
A querida nem se dignou a falar comigo, só uns três dias depois da minha chegada, para me dar um puxão de orelha, dizendo que era para eu passar no Departamento de Pessoal para que eu informasse os meus dados, porque afinal, “nós não sabemos quem tu és”. Ta bom, né? Eu mereço... Além do que, volta e meia ela esquecia o meu nome. E não foram duas nem três vezes. Coitada. Pelo jeito, ela é um caso potencial para futuramente desenvolver Mal de Alzheimer.
* obs: o título deste tópico é inspirado no disco Vai dizer que não me viu, nome de um CD que o maravilhoso cantor e compositor Luiz Vagner, natural de Bagé (RS), lançou em 1995.
Nenhum comentário:
Postar um comentário